01
dez

Pauta não é acordo

A pauta de reivindicações para a Convenção Coletiva de Trabalho é o documento-base para o processo de negociação com os patrões. Ela é o instrumento que materializa o desejo dos farmacêuticos por um salário melhor e por benefícios merecidos. Durante a negociação, cada ponto definido pela categoria (piso, auxílio-creche, alimentação, etc) é discutido individualmente e nem sempre todas as propostas são aceitas. Afinal, numa negociação, cada um defende o seu lado. Assim como o SindFar defende os farmacêuticos, há os sindicatos patronais que defendem as farmácias, os hospitais, as distribuidoras, indústrias e laboratórios.

Quando há respaldo dos trabalhadores para a ação do seu sindicato, os patronais se sentem pressionados a ceder e acatar mais reivindicações expressas na pauta. Historicamente, o processo de negociação que enfrentamos é longo e demanda diversas rodadas de conversa com os patrões. O SindFar apresenta uma pauta condizente com o valor do trabalho do farmacêutico, mas os sindicatos patronais se negam a conceder um reajuste salarial mais significativo e outros benefícios alegando que os seus funcionários parecem contentes com o piso que recebem. É difícil convencer os patrões que não somos meros instrumentos do seu lucro, mas prestadores de um serviço essencial à população, e que, como tal, merecemos reconhecimento.

O SindFar existe para mediar a negociação entre a categoria e os patrões. Sua força para a ação é proporcional ao envolvimento da categoria. Por isso, incentiva os farmacêuticos a serem protagonistas do processo de construção da pauta nas assembleias, um dos momentos mais importantes de todo o ano. É na assembleia que o farmacêutico divide com os colegas as dificuldades cotidianas do trabalho e propõe formas de melhorar a sua condição através da pauta de reivindicações.

A nossa pauta precisa ser defendida também nos espaços de trabalho. Manifestar o seu desejo por melhores condições de trabalho é um direito seu. Sozinho, o sindicato não tem força para brigar pelos direitos dos farmacêuticos.

Lutar vale a pena

A negociação salarial viabilizou avanços fundamentais para a categoria, tanto do ponto de vista financeiro quanto político. Foi através desse instrumento que conseguimos convencer os patrões que farmacêutico não é caixa e que, portanto, não deve pagar quebra de caixa. Também na negociação, obtivemos a garantia de que a baixa de responsabilidade técnica seja custeada pelo empregador que demitir o funcionário e conquistamos a desobrigação do cumprimento dos 30 dias do aviso-prévio caso o profissional encontre um novo emprego.

Mas esses e outros benefícios voltam ao debate a cada negociação. Para que os itens da pauta virem cláusula do acordo, com força de lei, garantindo a manutenção dos nossos direitos e a ampliação dos benefícios, é fundamental o empenho de cada um de nós. Os sindicatos patronais precisam entender que juntamente esse documento, está a vontade dos farmacêuticos. Compareça às assembleias. Defenda a pauta no seu local de trabalho. Divulgue para os colegas. É assim que vamos construir juntos uma campanha salarial vitoriosa para os farmacêuticos de Santa Catarina.

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