Em Florianópolis, é preciso trabalhar mais de cem horas por mês apenas para comer
Capital catarinense está entre as que exigem mais tempo de trabalho para adquirir os produtos da cesta básica. Segundo Dieese, salário mínimo deveria ultrapassar R$2,2 mil
Florianópolis está entre as três capitais do país onde é necessário trabalhar mais para ter acesso a alimentação. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica do DIEESE em agosto mostrou que é preciso 104h57m de trabalho para suprir apenas essa necessidade essencial. A capital catarinense fica atrás apenas de Porto Alegre (109h30m) e São Paulo (107h41m).
A pesquisa é realizada mensalmente e considera a chamada “ração essencial” (termo utilizado pelos economistas para designar os itens básicos da alimentação do brasileiro). O custo desses produtos (carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga) em Florianópolis alcançou R$ 260,00, quase metade do valor do salário mínimo nacional (R$ 545,00).
Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima que o salário mínimo nacional necessário deveria chegar a R$ 2.278,77 – que corresponde a 4,18 vezes o mínimo em vigor.