Nota de repúdio ao tratamento dado ao farmacêutico no programa A Grande Família
A Fenafar e sindicatos filiados lançaram nota criticando a abordagem do programa “A Grande Família” sobre a automedicação e o retrato do profissional farmacêutico no episódio exibido no dia 17 de novembro. “A televisão é o veiculo de comunicação de massa mais poderoso de nossa sociedade. O que aparece na TV contribui de maneira determinante para formar comportamentos e pensamentos. Assim, a responsabilidade dos profissionais que trabalham na televisão, ainda que em programas humorísticos ficcionais, tem que refletir esse poder”, diz o comunicado. Leia a íntegra da nota:
A Federação Nacional dos Farmacêuticos vem a público se manifestar a respeito do episódio Vide Bula da série A Grande Família, veiculado pela Rede Globo na última quinta-feira (17).
A televisão é o veiculo de comunicação de massa mais poderoso de nossa sociedade. O que aparece na TV contribui de maneira determinante para formar comportamentos e pensamentos. Assim, a responsabilidade dos profissionais que trabalham na televisão, ainda que em programas humorísticos ficcionais, tem que refletir esse poder.
Por isso, não podemos deixar de registrar nossa indignação com a forma que o programa acima citado retratou o profissional farmacêutico. A Fenafar – e toda a categoria – tem realizado, incessantemente, campanhas para esclarecer a população sobre o papel do farmacêutico.
Somos uma categoria de profissionais da saúde, formados em nível superior e habilitados para pesquisar, produzir, manipular e dispensar o medicamento. Atuamos em várias etapas da sua cadeia de produção e circulação. Os farmacêuticos que atuam nas farmácias e drogarias são qualificados para orientar o usuário sobre o uso racional do medicamento, cientes dos perigos da automedicação e responsáveis por seguir as normas federais que pautam as boas práticas farmacêuticas.
Por isso, há décadas temos lutado para tornar obrigatória a presença do farmacêutico em tempo integral nas farmácias. O farmacêutico não pode ser confundido com um balconista ou um vendedor, assim como o medicamento não pode ser tratado como uma mercadoria qualquer e, também, a farmácia não pode ser tratada como um estabelecimento comercial, mas sim como um estabelecimento de saúde.
Ao abordar o tema da automedicação – assunto importantíssimo numa sociedade na qual, infelizmente, a propaganda comercial do medicamento nada tem de diferente da propaganda de qualquer outra mercadoria – a emissora de televisão deveria buscar ouvir profissionais da área para não cometer erros, como representar uma farmácia na qual os medicamentos estão ao alcance do usuário.
Quando retrata um profissional disposto a “burlar” as leis, em vigor que regem a venda do medicamento, ao colocá-lo como “simples farmacêutico”, a Rede Globo presta um desserviço à sociedade, reproduzindo uma visão equivocada sobre o papel imprescindível desse profissional da saúde.
A Fenafar e seus sindicatos filiados reiteraram seu repúdio à forma desrespeitosa como a emissora tratou toda uma categoria profissional e esperamos que situações como esta não voltem a se repetir.
São Paulo, 19 de novembro de 2011.
Diretoria da Federação Nacional dos Farmacêuticos
Conselho de Representantes da Fenafar
Sindicatos:
Sindicato dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul
Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina
Sindicato dos Farmacêuticos do Paraná
Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo
Sindicato dos Farmacêuticos do Espírito Santo
Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais
Sindicato dos Farmacêuticos de Mato Grosso
Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia
Sindicato dos Farmacêuticos de Sergipe
Sindicato dos Farmacêuticos de Paraíba
Sindicato dos Farmacêuticos de Ceará
Sindicato dos Farmacêuticos de Piauí
Sindicato dos Farmacêuticos de Amazonas