Onda de demissões na Clamed
Há semanas, a maior rede de farmácias e drogarias de Santa Catarina está promovendo diversas demissões. Farmacêuticos empregados há anos na Cia. Latino Americana de Medicamentos vem sofrendo dispensa com aviso prévio pago (sem cumprimento dos trinta dias). As demissões começaram a ocorrer tão logo entrou em vigor a reforma trabalhista, no começo de novembro.
A Clamed tem 243 farmácias pelo estado, entre unidades como Preço Popular e Drogaria Catarinense. 684 farmacêuticos registrados no Conselho Regional de Farmácia são contratados pela rede para oferecer atendimento durante todo o horário de funcionamento das farmácias, como preconiza a lei 13021/14. Até o final de dezembro, apenas em Florianópolis, cerca de vinte profissionais terão o contrato rescindido, segundo a assessoria jurídica do SindFar, que presta apoio aos farmacêuticos.
Viviane* foi empregada na companhia por quase dez anos e não acreditou que seu emprego estivesse em risco, mas foi demitida logo nos primeiros dias após a vigência da reforma. Assim como ela, outras/os colegas com até 19 anos de casa se viram sem emprego no final do ano. O mesmo não aconteceu com outros empregados – ao menos em Florianópolis. Segundo o Sindicato dos Empregados no Comércio da capital, não houve alterações no volume de rescisões de outros trabalhadores das farmácias e drogarias.
As demissões vem ocorrendo em diversos setores, contrariando o que diz o Ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira. Empenhado em defender a reforma trabalhista, desaprovada pela maioria da população o Ministro chamou de "boato" o risco de demissões por causa da reforma. Um exemplo no setor educacional foi a Estácio de Sá, que chegou a demitir mais de mil professores em novembro. A explicação pode estar na possibilidade de eliminar contratos com maiores salários para recontração sobre bases mais precárias para os trabalhadores, como os contratos intermitentes ou terceirização.
A assessora juridica do SindFar Tatiana Coelho reitera a importância de que os funcionários demitidos exijam que a homologação da rescisão seja feita no sindicato que representa a categoria para garantir a observância de todos os seus direitos.
*Nome fictício para proteger a identidade da fonte
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