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As manifestações de junho e a reorganização da classe trabalhadora

As manifestações de junho ficarão marcadas na memória dos brasileiros. Mas como este capítulo será retratado pela história? Os atos públicos contribuíram para a união da classe trabalhadora? Encontrar respostas para estas e outras perguntas que seguem pendentes foi um dos desafios do debate “As mobilizações de junho e a reorganização da classe trabalhadora” que aconteceu na Assembleia Legislativa de Santa Catarina no dia 08 de agosto.

Representantes de centrais sindicais (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, CSP-Conlutas e Intersindical) dividiram a mesa com o Movimento Passe Livre, um dos principais protagonistas dos episódios que mobilizaram milhares em todo o Brasil, no encontro promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindicais de 1º e 2º Graus (Sindes).

As manifestações de rua são patrimônios dos trabalhadores. Organizada pelos sindicatos e movimentos sociais, a classe trabalhadora utiliza regularmente esta ferramenta legítima de pressão por melhores condições de trabalho e pelo avanço de direitos salariais e sociais. No entanto, os atos de junho tiveram como objeto principal a necessidade de mudança no sistema de transporte. Em nome desta bandeira, é que milhares de cidadãos e cidadãs que jamais haviam feito parte de outros chamados.

Segundo a integrante do Movimento Passe Livre Simara Pereira, a população atendeu ao apelo de discutir o modelo do sistema de transporte, que é segregador para todas as categorias de trabalhadores. “Junho foi parte de um processo de luta de classes. A disputa, a partir de agora, é sobre como esta história será contada”, afirmou. Ela alertou para a intenção de movimentos paralelos e conservadores que tentam distorcer a interpretação dos fatos da mesma maneira que procuraram cooptar o movimento nas ruas, oferecendo banderias que procuravam desviar a massa da questão central.

Cada representante das centrais sindicais que compareceu ao debate teve oportunidade para expor a opinião da sua organização. Nos posicionamentos, compreensões comuns sobre a importância de reorganizar a classe trabalhadora para fazer frente ao capitalismo, mas interpretações diferentes sobre as estratégias para atingir este objetivo.

Para a diretora do Sindes, Cristiane Silva, o debate alcançou o objetivo de propiciar aos sindicatos a oportunidade de avaliar os fatos, etapa fundamental para o desafio de definir rumos para as lutas da classe trabalhadora.

Veja mais fotos do debate no Facebook do Sindes

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