06
set

Diga não ao comércio de sangue no Brasil

Tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado uma proposta de emenda à Constituição (PEC 10/2022), que permite a comercialização de plasma humano, pelas iniciativas pública e privada, para desenvolvimento de novas tecnologias e produção de medicamentos.

Atualmente, a Constituição proíbe a comercialização de qualquer tecido, órgão ou substância humana destinada à pesquisa, transplantes e tratamentos. A relatora, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), quer incorporar uma permissão diretamente à Constituição, para evitar a necessidade de regulamentações adicionais. A votação da PEC já foi adiada duas vezes.

A venda de plasma representa uma ameaça à dignidade humana e um retrocesso inaceitável para o país. A situação pode levar ao esvaziamento dos estoques de sangue nos bancos de sangue. É crucial lembrar que o sistema público de saúde deve ser protegido e fortalecido, e a comercialização de plasma humano representa um desvio perigoso desse objetivo.

O Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) são contrários à proposta e emitiram uma nota técnica criticando a remuneração pela coleta de plasma humano, bem como a comercialização de hemoderivados.

Muitos parlamentares expressaram preocupação com o texto, argumentando que isso poderia resultar em situações em que pessoas de baixa renda venderiam seu sangue, uma prática que foi comum antes da Constituição de 1988.

O Brasil, já tem uma fábrica pública, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), para produzir todos os hemoderivados de que necessitamos. Há uma portaria de 2020 do MS que busca a adequada destinação do plasma excedente das doações de sangue, visando evitar o desperdício e promover a produção de hemoderivados por meio da Hemobrás.

A solução para essa questão deve ser buscada por meio da qualificação e certificação dos hemocentros, que devem dispor de estrutura e capacidade técnica adequada para processar, armazenar e repassar o material para a Hemobrás, em vez de alterações constitucionais.
Fonte: Agência Senado

Compartilhe a notícia

Posts relacionados

Campanha Salarial

Sindfar-SC lança campanha salarial 2025/2026: “Cuidar de quem cuida”

O Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina (Sindfar-SC) deu início à mobilização para a Campanha Salarial Unificada 2025/2026, com o tema central “Cuidar de quem cuida: Cuidar da saúde e da vida da trabalhadora e do trabalhador farmacêutico”. Reafirmando o compromisso com a valorização do trabalho farmacêutico, a diretoria do sindicato convida toda a categoria […]

Trabalho Farmacêutico

Pelo fim da Escala 6×1 e a valorização dos trabalhadores

A proposta pelo fim da escala 6×1 está mobilizando milhares de pessoas contra uma prática de jornada de trabalho exaustiva, que limita o tempo livre dos trabalhadores e gera impactos negativos na saúde física, mental e nas relações familiares das pessoas. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Érika Hilton […]

Defesa do SUS Direitos dos/as trabalhadores/as Notícias

Diretoria do Sindfar-SC discute ações para os próximos anos de gestão 

A diretoria do Sindfar-SC esteve reunida nesta sexta-feira, (18) para discutir e planejar os próximos anos de gestão. Além da retomada do atendimento presencial com a reabertura da sede, foram discutidos a retomada do protagonismo do sindicato nas pautas que ao longo da história, os farmacêuticos catarinenses deram grandes contribuições.   Em especial, foram debatidas […]

Notícias

Vamos celebrar os 54 anos do Sindfar

Neste dia 10 de outubro, celebramos com orgulho os 54 anos de história do Sindfar, uma trajetória marcada por lutas, desafios e conquistas em defesa dos farmacêuticos. Fundado em 10 de outubro de 1970, o Sindfar surgiu com a missão de defender os direitos dos trabalhadores farmacêuticos do estado. Logo na primeira metade da década […]