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out
Antivirais são eficazes contra a nova gripe, mostra estudo
O vírus da gripe de origem suína é mais perigoso do que aquele que causa as epidemias anuais da doença e tem características que o aproximam do que matou milhões no final da Primeira Guerra Mundial, a epidemia global chamada “gripe espanhola”.
O primeiro estudo detalhado caracterizando a ação do vírus em proveta e em modelos animais, feito por uma equipe de 52 pesquisadores do Japão e dos EUA, mostrou que o novo vírus é capaz de infectar células profundamente nos pulmões, o que aumenta o risco de pneumonia e de morte.
Mas o mesmo trabalho demonstrou que, por enquanto, o vírus H1N1/09 é vulnerável a drogas antivirais existentes e em desenvolvimento.
Foram testadas com sucesso as drogas oseltamivir (comercializada como Tamiflu) e zanamivir (vendida como Relenza), além da experimental R-125489. Todas agem contra uma proteína da superfície do vírus, a neuraminidase.
Também foi eficaz o composto experimental T-705, que inibe outra enzima do vírus, envolvida na sua replicação.
A equipe liderada por Yoshihiro Kawaoka, das universidades de Wisconsin-Madison (EUA), Kobe e Tóquio (Japão), avaliou a ação do vírus tanto em proveta como em modelos animais (camundongos, furões, macacos e porcos miniatura).
Os porcos foram infectados, mas não exibiram sintomas de doença. Já nos outros animais a doença foi mais severa que a causada por variantes sazonais do H1N1. Os vírus H1N1/09 usados vieram de pacientes dos EUA, da Holanda e do Japão.
Os pesquisadores demonstraram também que o vírus tem semelhanças com o H1N1 causador da gripe espanhola, pois testes em proveta com anticorpos de pessoas nascidas antes de 1918 revelaram que eles conseguiram reconhecer e neutralizar o vírus de 2009. A capacidade de afetar os pulmões é outra característica que lembra o vírus matador do passado.
O trabalho será publicado na revista “Nature”, mas, por sua importância, a editora já o disponibilizou na internet (http:/ /www.nature.com/nature/ journal/vnfv/ ncurrent/ pdf/ nature08260.pdf).
“Nossas descobertas são um lembrete de que os vírus de influenza de origem suína ainda não adquiriram seu lugar na história, mas ainda podem fazê-lo”, escreveram Kawaoka e colegas na “Nature”.
Vírus são capazes de mutações rápidas. O da influenza tem apenas oito genes, mas a recombinação entre eles produziu uma “dinastia” de vírus.
O fundador da “dinastia” foi o letal H1N1 de 1918, segundo estudo publicado on-line em 29 de junho na revista médica “The New England Journal of Medicine” por cientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.
O vírus da gripe suína tem sido chamado por alguns pesquisadores de 2009 A (H1N1), e a Organização Mundial de Saúde agora o chama de H1N1/09. A sopa de letras deriva da sua classificação “taxonômica”, isto é, da sua relação e semelhanças ou não com outros seres.
O vírus da gripe ou influenza A é a única espécie de um dos cinco gêneros da família Orthomyxoviridae (também existem o influenza B e o C). Seus subtipos são classificados de acordo com a variante de duas proteínas da sua superfície que permitem que ele entre nas células da vítima.
Mas o mesmo trabalho demonstrou que, por enquanto, o vírus H1N1/09 é vulnerável a drogas antivirais existentes e em desenvolvimento.
Foram testadas com sucesso as drogas oseltamivir (comercializada como Tamiflu) e zanamivir (vendida como Relenza), além da experimental R-125489. Todas agem contra uma proteína da superfície do vírus, a neuraminidase.
Também foi eficaz o composto experimental T-705, que inibe outra enzima do vírus, envolvida na sua replicação.
A equipe liderada por Yoshihiro Kawaoka, das universidades de Wisconsin-Madison (EUA), Kobe e Tóquio (Japão), avaliou a ação do vírus tanto em proveta como em modelos animais (camundongos, furões, macacos e porcos miniatura).
Os porcos foram infectados, mas não exibiram sintomas de doença. Já nos outros animais a doença foi mais severa que a causada por variantes sazonais do H1N1. Os vírus H1N1/09 usados vieram de pacientes dos EUA, da Holanda e do Japão.
Os pesquisadores demonstraram também que o vírus tem semelhanças com o H1N1 causador da gripe espanhola, pois testes em proveta com anticorpos de pessoas nascidas antes de 1918 revelaram que eles conseguiram reconhecer e neutralizar o vírus de 2009. A capacidade de afetar os pulmões é outra característica que lembra o vírus matador do passado.
O trabalho será publicado na revista “Nature”, mas, por sua importância, a editora já o disponibilizou na internet (http:/ /www.nature.com/nature/ journal/vnfv/ ncurrent/ pdf/ nature08260.pdf).
“Nossas descobertas são um lembrete de que os vírus de influenza de origem suína ainda não adquiriram seu lugar na história, mas ainda podem fazê-lo”, escreveram Kawaoka e colegas na “Nature”.
Vírus são capazes de mutações rápidas. O da influenza tem apenas oito genes, mas a recombinação entre eles produziu uma “dinastia” de vírus.
O fundador da “dinastia” foi o letal H1N1 de 1918, segundo estudo publicado on-line em 29 de junho na revista médica “The New England Journal of Medicine” por cientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.
O vírus da gripe suína tem sido chamado por alguns pesquisadores de 2009 A (H1N1), e a Organização Mundial de Saúde agora o chama de H1N1/09. A sopa de letras deriva da sua classificação “taxonômica”, isto é, da sua relação e semelhanças ou não com outros seres.
O vírus da gripe ou influenza A é a única espécie de um dos cinco gêneros da família Orthomyxoviridae (também existem o influenza B e o C). Seus subtipos são classificados de acordo com a variante de duas proteínas da sua superfície que permitem que ele entre nas células da vítima.