Jornada marca os 40 anos da Fenafar em Ouro Preto/MG, berço da farmácia na América Latina
Representantes da categoria farmacêutica de todo o país concentraram-se em Ouro Preto (MG) na primeira semana de abril. Na pauta dos representantes de 19 sindicatos de farmacêuticos, a formação e a valorização profissional. A presidente Fernanda Mazzini e diretores Ronald Ferreira dos Santos, Silvana Nair Leite, Luiz Henrique Costa e Caroline Junckes estiveram presentes neste evento histórico.
Uma feliz coincidência de datas históricas fartamente simbólicas e a firme disposição dos participantes de discutir os rumos da profissão na cidade que é o berço da Farmácia na América Latina transformaram a Jornada em um evento de grande significado para a Fenafar na comemoração de seus 40 anos. A Escola de Farmácia de Ouro Preto abriga o acervo histórico da faculdade de farmácia, que despertou a curiosidade e a emoção dos farmacêuticos. O presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, mencionou a sensação comovente de reencontrar as raízes, assim como se reencontra um ente querido. E ressaltou a importância da memória para a valorização da profissão: “nós somos resultado do que nossos antepassados fizeram. Temos uma responsabilidade absurda porque a sociedade confiou num conjunto de técnicas há centenas de anos”, disse emocionado. A Associação de ex-alunos já tem um projeto pronto para a criação do Museu da Escola de Farmácia.
A viagem histórica seguiria ricamente documentada com a aula do pesquisador Victor Godoy, professor aposentado de Fitoterapia da Escola e um entusiasta da criação do Museu. O professor traçou um recorte entre os primórdios na profissão no Brasil e os dias atuais e frisou que a história é cíclica: “Em 22 de abril de 1719 foi realizada uma reunião entre farmacêuticos e médicos para discutir quem deveria prescrever medicamentos”, contou, rindo. No dia 04 de abril de 1839 foi dada a licença para a criação da primeira escola autônoma de Farmácia da América Latina e segunda das Américas, sendo a primeira a instalada no Estado da Fildélfia, nos Estados Unidos.
Ainda citando o retorno das mesmas polêmicas envolvendo a profissão ao longo do tempo, o professor Victor lembrou que em 1920 criaram-se 30 ou 40 cursos livres de Farmácia no Brasil sob fortes críticas sobre a expansão descontrolada com riscos para a qualidade do ensino. Segundo ele, num período de quatro anos todos os cursos fecharam ao contrário de hoje em que somente em Minas Gerais estão abertos 68 curso de graduação em Farmácia. No Brasil, são mais de 400.
O Conselho de Representantes da Fenafar também prestou homenagem ao estudante de Farmácia Theodoro (FOTO), que morreu no Araguaia, durante a Ditadura inaugurada pelo Golpe Militar que acaba de completar 50 anos no Brasil.
Com informações do Sinfarmig