Mulheres de todo o mundo se mobilizam para greve geral em 8 de março
Como seria um dia sem as mulheres? Nos espaços de trabalho, onde, na maioria das profissões, elas recebem menos que os homens? Nos espaços domésticos, onde são sobrecarregadas com os afazeres da casa e os cuidados com os filhos, filhas, idosos e outros familiares? Para fazer refletir sobre a condição das mulheres na sociedade e as situações de violência a que muitas são submetidas é que elas próprias deixarão suas atividades confinadas para ocupar as ruas em mais de quarenta países. No Brasil e em Santa Catarina, centenas de atividades em apoio ao movimento estão agendadas e o Sindicato dos Farmacêuticos estende às farmacêuticas o chamado para lutar pela mudança da cultura machista que oprime as mulheres.
O movimento pela greve das mulheres começou a ganhar corpo em 2016, após paralisação de milhares na Polônia e do movimento #NiUnaMenos em diversos países na América Latina. Enquanto as polonesas se rebelaram contra a proibição do aborto em caso de estupro, dentre outras restrições, as latinoamericanas uniram-se por justiça para as vítimas do machismo, em especial, a argentina Lucia Perez.
No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é violentada sexualmente, segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), organização não governamental (ONG) que formula análises e pesquisa as estatísticas sobre a violência no país. As mulheres recebem, em média, 21% a menos que os homens nas mesmas profissões e empregos, de acordo com a a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Fórum Econômico Mundial aponta que o país ocupa a 129ª posição no ranking de igualdade de salários entre gêneros. Somos o quinto país no mundo com a maior taxa de feminicídio, crime de ódio cometido exclusivamente contra mulheres. O manifesto neste Dia Internacional das Mulheres pede o fim do feminicídio, do assédio, do estupro, da violência doméstica e de outras violências por que passam tantas mulheres.
As brasileiras também manifestam-se contra a Reforma da Previdência, que retira direitos dos/as trabalhadores/as que contam com o benefício no final das suas vidas. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), as mulheres, as populações indígena e negra são maioria entre a população mais vulnerável no Brasil. O desemprego e o subemprego também afeta mais as mulheres, conforme revela a Pnad mais recente.
Farmacêuticas na luta
Em Santa Catarina, as farmacêuticas e estudantes de Farmácia estão convidadas a tomar parte nesta luta. "Temos o direito de nos sentirmos seguras e juntas nossa voz é mais forte. Precisamos lutar hoje para mudar a sociedade para que nossas filhas e filhos tenham dias melhores no futuro", afirma a presidenta Fernanda Mazzini.
Para resguardar o direito das farmacêuticas à participação, o SindFar/SC vai notificar a diretoria do CRF/SC sobre o chamamento para a greve. As profissionais devem apenas comunicar o CRF/SC sobre a motivação da sua ausência preenchendo este formulário.
Confira a agenda das mulheres em greve em diversas cidades de Santa Catarina
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