Dessas 1.118 greves, pouco mais da metade (566, ou 50,6%) foi no setor público, ante 548 (49%) na iniciativa privada – 4 (0,4%) envolveram ambos. Uma pequena mudança em relação a 2018, quando, de 1.453 paralisações, 54,4% foram na esfera pública e 45,1% na esfera privada, de acordo com o Dieese.
Das 566 paralisações no setor público, 523 envolveram o funcionalismo e 43, empresas estatais. No primeiro caso, a maior parte (62,7%) foi em nível municipal, com 34,6% atingindo o funcionalismo estadual. Houve ainda 10 (1,9%) no funcionalismo federal, sendo sete apenas na área da educação.
Tempo indeterminado
Sobre a “tática” dos movimentos, não houve mudança significativa de um ano para o outro. A maior parte (57,8%) foi por tempo indeterminado, enquanto 38,6% tiveram caráter de advertência. Outras 41 não tinham informações disponíveis. O perfil muda conforme o setor: no público, são 50,1% de advertência e 47,4% por tempo indeterminado. No privado, 25,4% e 69,7%, respectivamente.
Entre as reivindicações dos trabalhadores em greve, as mais constantes (37,9%) são por regularização de pagamento de salários, férias, 13º ou vale atrasados. Logo em seguida (37%), reajuste ou aumento do piso. Em terceiro, com 20,4%, aparecem itens relativos a alimentação, transporte e assistência médica. Depois, com 19,8%, melhoria de condições trabalho, incluindo segurança e higiene. Planos de cargos e salários figuram com 14,3% e contratação, readmissão, efetivação e manutenção do emprego aparece com 12,3%.
Mais de dois terços das greves (67,4%) envolveram até 200 trabalhadores, enquanto 11,9% tiveram participação de 201 a 500. De 1.001 a 2.000, apenas 7,4%. Mais de 10 mil, foram 2,2%.
O acompanhamento é feito desde meados dos anos 1980. No anos 2000, o Dieese registrou 525 greves. O número foi seguindo tendência de crescimento até atingir 2.114 em 2016.
No período mais recente, em 2010, por exemplo, um dos melhores anos da economia brasileira, o número de paralisações foi baixo (445), passando a crescer na medida em que as condições pioraram. Mas o desemprego, que cresceu, também é um fator que normalmente causa redução de movimentos, o que em parte pode explicar o menor número em 2019.
Fonte: CTB
Publicado em 26/02/2020