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Adilson Araújo: A política sanitária de Bolsonaro é um atentado à saúde pública

O Brasil entrou em colapso. Na segunda-feira (15), o país atingiu uma média diária de 1.855 óbitos causados pela doença e avança aceleradamente para a casa dos 2.000. São Paulo registrou na terça (16) 679 mortes em 24 horas, batendo um novo recorde estadual.

Isso é resultado do negacionismo adotado pelo governo Bolsonaro frente à doença. Ele condenou o uso das máscaras, comprou guerra com governadores e prefeitos contra o isolamento social, dividindo o país, difundiu fake news contra a vacina, não providenciou testes em massa e tratou a pandemia como uma “gripezinha”.

Demonstrou o olímpico desprezo que sente pela vida do povo ao negligenciar em agosto do ano passado a oferta de 160 milhões de doses da CoronaVac, conforme informações do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas; brigar desnecessariamente com a China e a Índia para agradar os EUA e boicotar a vacina russa Sputnik 5 a pedido de Donald Trump, a quem sempre demonstrou uma canina fidelidade.

Crime continuado

O comportamento insano do presidente atrasou o início do processo de vacinação do povo brasileiro, o que explica o agravamento da crise sanitária e a expectativa macabra do próprio Ministério da Saúde de que o Brasil está a caminho de registrar média de 3 mil mortes diárias. A política sanitária do governo é um crime continuado contra a saúde pública.

O Brasil já não ia bem das pernas antes da pandemia em função da política neoliberal do governo, que condena a economia nacional à perpétua estagnação. A situação caótica foi agravada pela emergência e o agravamento da crise sanitária e, na sequência, pelo fim do auxílio emergencial, conquistado em abril.

O auxílio impediu uma queda mais acentuada do PIB, mas não durou muito, teve seu valor rebaixado depois de junho e foi abolido em dezembro. Mais de 68 milhões de famílias ficaram carentes do benefício nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, sujeitas à fome e toda sorte de infortúnios.

Fora Bolsonaro

Com a aprovação da malfadada PEC Emergencial, o auxílio será retomado, porém com o universo de beneficiários reduzido à metade e o valor ainda mais arrochado. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve valer entre R$ 175,00 e R$ 250,00. Cálculos do Dieese indicam que o custo da cesta básica em São Paulo chegou a R$ 654,00 em janeiro deste ano.

Perguntar não ofende: será que o rentista Guedes, acostumado a ganhar milhões com a especulação financeira, sabe quanto de alimentos se adquire num supermercado com R$ 175,00? Será que ele conseguiria sobreviver com esta mixaria?

Lutemos pelo resgate do auxílio no valor de R$ 600,00, Vacina Já para o povo brasileiro, plano emergencial de combate ao desemprego e Fora Bolsonaro!

Por Adilson Araújo, presidente da CTB
Fonte: CTB
Publicado em 17/03/2021

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