Começa a negociação do piso farmacêutico para farmácias e drogarias
O SindFar representou os farmacêuticos das farmácias e drogarias de Santa Catarina na primeira reunião de negociação para o reajuste salarial nesta quarta, 7 de março. A pauta dos colegas que atuam nas farmácias e drogarias foi debatida com os representantes dos sindicatos patronais na sede da Fecomércio em encontro que contou com o reforço da presidente do CRF/SC, Karen Denez.
Os proprietários dos estabelecimentos resistem em conceder a equiparação salarial ao piso pago na região de Itajaí, proposta definida pela categoria nas assembleias, e cogitaram a mesma oferta apresentada no início das negociações do ano passado: o reajuste parcelado do INPC, ou seja: a reposição salarial em duas parcelas. Os representantes dos profissionais farmacêuticos rechaçaram a proposta.
A alegação dos sindicatos patronais para não conceder o reajuste que a categoria merece, como de costume, é a dificuldades para manter as farmácias abertas diante da concorrência com as redes de farmácia. O diretor do SindFar, Ronald Ferreira dos Santos, ponderou que o fortalecimento da farmácia como estabelecimento de saúde e a atenção qualificada do profissional farmacêutico pode fazer a diferença também sob esta perspectiva. "Entendemos que a farmácia precisa ser rentável, mas até para isso precisamos agregar valor ao profissional farmacêutico, que é quem dá sentido à farmácia", afirmou. Ronald também rebateu o argumento de que a equiparação salarial dos farmacêuticos causaria fechamento de farmácias. "O piso proposto é factível e já existe no estado. A região de Itajaí provou que é possível elevar o salário do farmacêutico sem fechar as portas das farmácias", afirmou.
Como costuma ocorrer em todas as rodadas iniciais das negociações, a presidente do SindFar, Fernanda Mazzini (Nanda), apresentou dados que comprovam a necessidade de aumento salarial expressivo diante do alto custo de vida na capital catarinense. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Florianópolis apresentou a quarta cesta básica mais cara do país: R$ 424,05, valor que fica atrás apenas do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Para Nanda, os saldos da primeira reunião foram a garantia da ultratividade (validade da convenção vigente até o fechamento do novo acordo) e uma maior flexibilidade dos patronais na discussão de cláusulas financeiras que representam benefícios sociais. "É difícil avaliar com base em uma primeira reunião, mas senti que teve um viés mais voltado à valorização da profissão para além de uma negociação apenas salarial. Houve demonstração de abertura para negociação", disse Nanda.
A presidente do CRF esclareceu dúvidas dos empregadores sobre a fiscalização da presença do farmacêutico nos estabelecimentos e também ouviu as impressões dos proprietários farmacêuticos. "Entendo que é necessário pensar tanto na condição do farmacêutico empregado quanto dialogar com os colegas que são proprietários de farmácia", justificou a farmacêutica. Karen, que recentemente assumiu a presidência do CRF, também convocou à coalizão das forças farmacêuticas pelo avanço e valorização profissional. Uma nova data foi agendada preliminarmente para o dia 26 de março, às 17 horas.