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ago

Farmacêuticos hospitalares terão reajuste de 5%

Encerrou, após cinco meses da data base, a negociação salarial entre os farmacêuticos hospitalares e a Federação dos Hospitais de Santa Catarina (Fehoesc). Todos os profissionais terão reajuste salarial de 5%, pouco acima do INPC (4.69%). Com o percentual, os profissionais passam a ganhar, no mínimo, R$ 2.631,30 e R$ 2.773,10 no caso dos colegas que tem especialização na área.

O processo negocial se esgotou em função do prolongamento da discussão com os patronais e após a negativa do representante dos hospitais em acatar uma proposta de reajuste escalonado, com ganho real maior para os profissionais que atuam nos hospitais de maior porte. Apesar da disposição e mobilização da categoria, que se envolveu e discutiu intensamente os passos da negociação, os colegas decidiram aceitar a oferta para evitar risco de perda das cláusulas e o próprio reajuste salarial. Evitam também aumento da incidência no Imposto de Renda com o pagamento único do retroativo.

A decisão levou em consideração a fragilidade de um possível processo de dissídio, que repassa ao poder judiciário a decisão final sobre a negociação. A assessora jurídica Tatiana Coelho orientou os colegas para o fato de que, neste cenário, haveria concreto risco de perda de diversos direitos, já que o tribunal costuma se limitar a impor uma convenção baseada apenas na CLT, que não congrega todas as cláusulas previstas nas convenções dos farmacêuticos. "Além disso, para haver ação de dissídio, o sindicato patronal precisa concordar – expressamente – informando que, de fato, não tem mais condições de negociar", explicou a advogada.

Intensificar participação e antecipar a negociação

Se o ganho financeiro ficou aquém do desejado, o envolvimento dos colegas cresceu e precisa se intensificar ainda mais para o próximo processo negocial. A observação é do farmacêutico hospitalar Tomás Correa Neto, que vem acompanhando de perto o processo de negociação com os patronais nos últimos anos. "Muitos contribuíram com informações, análises, estudos e participaram de alguma forma nas decisões. O grupo cresceu e se fortaleceu!", afirma o farmacêutico.

Nos anos anteriores, comprovamos nosso valor técnico e trabalhos do profissional voltados para segurança do paciente, melhorias em processos e logística de medicamentos e também importante função em atividades que resultam diretamente no aumento de receita das instituições. Neste ano, concentramos nossos argumentos em comprovar ao patronal o baixíssimo impacto na folha de pagamento das instituições, com a equiparação do nosso salário com os farmacêuticos da área comercial e assim, desmontar um pouco algumas argumentações da Fehoesc relacionado às baixas condições financeiras dos hospitais", resgata Tomás.

Na próxima campanha salarial, que deve ser iniciada já nos próximos meses, é preciso dar um passo à frente. "Ficamos com um sentimento de desatenção, pois mesmo com todos os estudos que apresentamos, a Fehoesc não contrapôs nenhum argumento e apenas impôs o reajuste em 5%”.  Para a CCT 2018, o grupo de farmacêuticos hospitalares busca aumentar a participação dos profissionais e vê como critério imprescindível as negociações iniciarem ainda neste ano de 2017, para que não se exceda a data base dos reajustes e assim, dificulte nossa tomada de decisão", disse o farmacêutico.

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