16
maio

Fechado acordo salarial dos farmacêuticos das farmácias e drogarias

Dois meses e meio depois da data-base da categoria, foi fechado o acordo salarial dos farmacêuticos do comércio que atuam nas regiões da Grande Florianópolis, oeste catarinense, Criciuma, Tubarão, Joinville e Vale do Itajaí. Esgotadas as possibilidades de negociação, o reajuste ficou em 6% para todos os profissionais, incluindo os que recebem acima do piso. O percentual é extensivo ao auxílio-creche. Os colegas passarão a receber, no mínimo, R$ 2.335,00. A convenção segue agora para homologação junto ao Ministério do Trabalho. As farmácias e drogarias que desejarem já podem repassar o reajuste mesmo antes da publicação.

Durante a reunião, a presidente Fernanda Mazzini apresentou as argumentações da categoria reunida em assembleias no mês de abril. Solicitou que o piso fosse elevado para, pelo menos, R$ 2.350 ou então que houvesse a redução da jornada de trabalho para 40 horas. Ambas as reivindicações foram rejeitadas pelo único representante enviado pelos patronais. Como a maioria presente nas assembleias definiu por não recorrer a dissídio, por entender que o recurso poderia acarretar poucos avanços e até em perdas das cláusulas sociais, não houve alternativa senão acatar a oferta do patronal.

 

Primeira proposta foi parcelamento do INPC

Não foi possível, este ano, repetir o percentual de reajuste do ano passado. Em 2013, quando os farmacêuticos catarinenses alcançaram10% de aumento (INPC + 4,62% de ganho real), a grande maioria dos trabalhadores brasileiros teve entre 1,01% e 2% de ganho real, segundo o DIEESE. Apenas 5% das categorias de trabalhadores pôde contar com reajuste além da reposição da inflação. “2014 foi o ano em que tivemos o menor ganho real dentre os últimos, e isso também está acontecendo nos outros Estados”, lamenta a presidente Fernanda Mazzini.  

A primeira proposta do patronal das farmácias e drogarias (exceto região de Itajaí, que concedeu 10% para os profissionais) foi o parcelamento do percentual equivalente ao INPC (5.38%) . Ao longo de quatro reuniões de negociação, a diretoria do SindFar conseguiu como avanço máximo a elevação da proposta de reajuste para 6% para todos os profissionais, ou seja, um ganho real de 0,7%.

Veja abaixo o quadro atualizado da evolução do piso salarial dos farmacêuticos do comércio em Santa Catarina:

 

Regional

2009/2010

2010/2011

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

Região de Itajaí*

 

R$ 1500,00

R$ 1750,00

 

R$ 2.100,00

R$ 2.330,00

R$ 2.563,00

R$ 2.819,30

Restante das regiões

R$ 1500,00

R$1450,00 para Fpolis

R$ 1.670,00

R$ 1.800,00

R$ 1.950,00

R$ 2.200,00

R$ 2.335,00

 *Itajaí, Ilhota, Itapema, Penha, Bal.Piçarras, Luis Alves, Navegantes, Balnerário, Camboriú, Camboriú, Porto Belo, Canelinha, Tijucas, Nova Trento, Brusque,  Guabiruba, São João,  Batista e Major Gercino

 

Preparando a próxima campanha salarial

Como nos últimos anos, os patrões também negaram-se a rediscutir ou a incluir novas cláusulas sociais na convenção dos farmacêuticos. Pautas importantes, debatidas e propostas pela categoria no começo das negociações, como vale-alimentação, vale-refeição e gratificação por serviços farmacêuticos, são solenemente ignoradas pelos representantes dos proprietários das farmácias e drogarias. A mobilização para a aceitação das nossas pautas durante todo o processo de negociação, desde a definição da pauta até o fechamento da convenção é que fará a diferença nas próximas campanhas.

Cada processo de negociação é uma oportunidade de acumular forças. Para Nanda Mazzini, o diferencial  das negociações salariais deste ano foi a participação dos cerca de 40 farmacêuticos nas assembleias e na atividade de rua em Florianópolis. “40 pode parecer pouco se considerarmos que há mais de 8 mil farmacêuticos no Estado, mas contar com a presença, a participação ativa e o apoio dos colegas reativou o ânimo do sindicato. Este foi o ano do despertar da categoria farmacêutica”, afirmou. Para Nanda, a mobilização de cada negociação acumula forças para avanços, passo-a-passo, na valorização salarial. “É preciso ampliar as formas de fazer com que os nossos anseios sejam ouvidos pelos patrões e pelo menos 40 colegas fizeram a sua parte. Sem dúvida, em outubro, quando iniciamos a campanha salarial 2015/2016, começaremos com novo pique”, disse a presidente do SindFar.

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