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Fenafar defende avanços contra os retrocessos propostos pelos patrões

No início de outubro, os donos das redes de farmácia do Brasil, representados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), se reuniram com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para apresentar uma série de reivindicações do setor.  

Na pauta apresentada estão a implantação do farmacêutico remoto, a possibilidade de atendimento médico nas farmácias, restrições na fiscalização dos conselhos de farmácia e o principal ataque à categoria farmacêutica: os patrões são contra o piso nacional farmacêutico.

As propostas elencadas pelas grandes redes não foram bem recebidas pela classe farmacêutica, especialmente a contrariedade dos patrões ao Projeto de Lei (PL) em tramitação no Congresso Nacional que cria um salário digno para os profissionais que contribuem para o sucesso do setor. 

“Nós repudiamos essa postura, especialmente vindo das grandes redes, um segmento que lucrou muito, especialmente a partir da pandemia de Covid-19. Basta olhar os balanços que as próprias empresas divulgam, para observa que os lucros são bilionários.” afirma o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Fábio Basílio. 

A Fenafar tem desempenhado um papel fundamental na defesa dos interesses dos profissionais farmacêuticos. Fábio Basílio, tem liderado esforços para aprovar o PL que busca estabelecer o piso nacional para farmacêuticos. Atualmente, a matéria já passou pela Comissão de Saúde e aguarda, com relator favorável, para ser votada na Comissão do Trabalho. 

Basílio ressalta a importância do PL do piso, afirmando que a Abrafarma tem sido uma adversária nessa luta. Enquanto a Fenafar trabalha para valorizar a profissão farmacêutica, as grandes redes de farmácia parecem ter outra agenda, procurando tornar as farmácias meros estabelecimentos comerciais. 

“Com frequência os proprietários nos procuram para ter nosso apoio contrário a venda de medicamentos em supermercados que é uma pauta ruim para eles pois diminuí a lucratividade. São apenas interesses, a saúde das pessoas não tá sendo levado em consideração.” 

Farmacêutico remoto 

Outra proposta que gerou controvérsia é a ideia do “farmacêutico remoto”, que, segundo Basílio, é considerada um absurdo pela Fenafar. A pergunta feita é como se daria o acesso a da população a esses profissionais de saúde, por meio de WhatsApp e se isso, de fato, garantiria um atendimento adequado aos pacientes. 

“Desde 2014 graças a ação e atuação das entidades farmacêuticas e de milhares de farmacêuticos pelo Brasil nós conseguimos elevar o status da farmácia para um estabelecimento de saúde de fato e de direito, e o profissional de saúde que faz da farmácia um estabelecimento de saúde é o farmacêutico.” 

Médico na Farmácia 

A Abrafarma também defendeu a possibilidade de oferecer atendimento médico nas farmácias, algo que a Fenafar e a classe farmacêutica consideram uma espécie de “venda casada” e uma prática que vai contra os princípios éticos da profissão. 

Segundo Fábio Basílio, a saúde das pessoas não pode estar sendo considerada seriamente nessas discussões. Ele argumenta que o próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe a presença de médicos nas farmácias, o que deveria servir como um indicativo de que outras profissões de saúde não devem estar nas farmácias. 

Atualmente, com a autorização da Anvisa, as farmácias estão realizando uma série de exames, incluindo testes de COVID-19 e gravidez, o que aumentou a demanda por profissionais farmacêuticos. A Fenafar acredita que esse é o momento em que os farmacêuticos deveriam estar recebendo reconhecimento adicional, ao invés de enfrentar tentativas de desvalorização da profissão. 

A Fenafar permanecer vigilante e tomará todas as medidas necessárias para garantir que os farmacêuticos tenham seu valor reconhecido pela sociedade e pelo mercado, mesmo diante de oposição das grandes redes de farmácia, que, de acordo com o presidente da Fenafar, buscam sua própria lucratividade em detrimento dos profissionais da saúde e da qualidade dos serviços prestados às comunidades em todo o país. 

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