Fenafar e Sindicatos exigem inclusão dos farmacêuticos nos grupos prioritários para vacinação
A Federação encaminhou ofício ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselhos Nacionais de Secretarias Municipais de Saúde solicitando a vacinação prioritária para farmacêuticos. Sindicatos também atuam nos estados para garantir a vacinação da categoria. Nos estados os sindicatos também pressionam gestores públicos para incluir a categoria no cronograma da vacinação.
Com o início da vacinação, os profissionais de saúde são o grupo prioritário e estão sendo os primeiros a receberem a primeira dose do imunizante. No entanto, farmacêuticos não estão contemplados no grupo prioritário. Diante disso, e compreendendo que os farmacêuticos estão na linha de frente do enfrentamento ao Covid-19, a Fenafar e os sindicatos estão atuando para que os farmacêuticos recebam a vacina.
Na nota encaminhada co CONASS e ao CONASEMS a Fenafar destaca: “Os farmacêuticos são trabalhadores da saúde, com curso superior, atuando em mais de 70 áreas da Farmácia, que fazem parte de divisões agrupadas em linhas de atuação farmacêutica e foram reconhecidos como profissionais essenciais ao controle da Covid-19 e à manutenção da ordem pública pela Lei nº 14023/2020”. A nota salienta a presença do farmacêutico nas farmácias e drogarias, nos serviços públicos de saúde, nas universidades e centro de pesquisa e exige que a categoria esteja contemplada no grupo prioritário dos profissionais de saúde que estão recebendo a primeiro dose da vacina em todo o país.
Leia abaixo a íntegra do ofício encaminhado pela Fenafar.
Nos Estados
O Sindicato dos Farmacêuticos da Paraíba (SIFEP) protocolou ofício junto a Secretaria Estadual de Saúde e nas Secretarias Municipais de Saúde de João Pessoa e Campina Grande para garantir a inclusão dos trabalhadores farmacêuticos para serem vacinados contra a Covid 19.
No Rio Grande do Sul, o Sindfars disponibilizou formulário para que a categoria preencha com informações sobre o regimento da primeira dose da vacina e, também, se somou à nota de repúdio divulgada pelo Conselho Regional de Farmácia em que se mantem atento para que os colegas de fato componham a lista para receber a vacina e que não ocorra a imunização de pessoas que não compõem os grupos prioritários e mesmo dos que estejam em desacordo com suas funções desempenhadas no enfrentamento a Covid-19.
No Paraná, o Sindicato dos Farmacêuticos também encaminhou ofício encaminhou ofício ao Secretário de Estado da Saúde solicitando a inclusão dos farmacêuticos no grupo prioritário de acesso à vacinação contra novo coranavírus. “Justificamos nosso pedido considerando que no Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a COVID-19, dentre os grupos prioritários para receber a referida vacina, estão os profissionais de saúde, devido à exposição direta e frequente ao novo coronavírus. Os farmacêuticos, assim como outros profissionais, atuam na linha de frente e correm o risco de contaminação e, consequentemente, de contrair COVID-19, com prejuízo à saúde individual e também à assistência aos usuários/pacientes atendidos, nas mais diversas áreas de atuação, públicas e privadas, como farmácias, ambulatórios, clínicas, hospitais e laboratórios de análises e pesquisa”.
O Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo notificou o Governo do Estado e a prefeitura da cidade de São Paulo apresente um cronograma de vacinação pra a categoria farmacêutica que atuam tanto no serviço público quanto privado.
No Ceará, o SINFARCE protocolou ofício junto à Secretaria de Saúde do Estado solicitando esclarecimentos quanto a vacinação dos profissionais farmacêuticos.
O Sindicato dos Farmacêuticos de Pernambuco lançou nota e encaminhou solicitação ao governo para que os farmacêuticos que atuam nas farmácias e drogarias recebam a primeira dose da vacina. “Farmacêuticos e Colaboradores das Farmácias e Drogarias se expõem fortemente a uma possível contaminação assumindo desafios e riscos diários, para assegurar à população, a orientação correta (educação) e a dispensação de medicamentos, que de fato promovam a saúde das pessoas. Nas Farmácias e Drogarias o atendimento é generalizado e não se avalia se a pessoa está infectada com o novo coronavírus ou não. Simplesmente se atende. Farmácias e Drogarias tornam-se assim o primeiro elo complementar à rede do cuidado e de atenção à saúde, conforme preconizado na Lei 13.021/2014 que reconhece esses estabelecimentos como unidades de prestação de serviços destinadas à assistência farmacêutica, à assistência à saúde e à orientação sanitária individual e coletiva”, afirma a nota.
Em Minas Gerais, o Sinfarmig – através do Conselho Estadual de Saúde – está pressionando o governo a incluir os farmacêuticos e farmacêuticas na primeira etapa de vacinação.
OFÍCIO DA FENAFAR AO CONASS E CONASEMS
A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), entidade sindical de 2º Grau, com 46 anos de atuação, composta por 23 sindicatos em sua base, com representação em diferentes fóruns e no âmbito do controle social, e que tem por princípios a defesa dos profissionais farmacêuticos e dos interesses nacionais na área da saúde e do trabalho, vem através deste ofício destacar o papel desenvolvido pelos farmacêuticos, que atuam ativamente cuidando das pessoas, pela proteção e recuperação da saúde das brasileira e brasileiros e que tem se destacado dentre as profissões da saúde com importante participação em diversos setores vitais para o combate a Covid-19.
Os farmacêuticos são trabalhadores da saúde, com curso superior, atuando em mais de 70 áreas da Farmácia, que fazem parte de divisões agrupadas em linhas de atuação farmacêutica e foram reconhecidos como profissionais essenciais ao controle da Covid-19 e à manutenção da ordem pública pela Lei nº 14023/2020.
Na vigilância em saúde, assim como em laboratórios privados, os farmacêuticos trabalham pesquisando, validando e realizando os exames de diagnóstico, fornecendo a informação fundamental para a tomada de decisão das equipes de saúde. Ainda na vigilância os profissionais atuam na avaliação da qualidade de produtos e serviços de saúde, garantindo o fornecimento com segurança para a população.
Outra área fundamental que só é lembrada e valorizada em situações de crise quando a população percebe a inexistência de um medicamento para tratar de determinada doença como o que estamos vivendo com a Covid-19, é a pesquisa. Vários farmacêuticos já com inestimável contribuição para a ciência e para a tecnologia na produção de medicamentos atuam em universidades, a maioria públicas, ou em centros de pesquisa e desenvolvimento, que recentemente tiveram suas verbas violentamente cortadas, mas ironicamente neste momento são cobrados de porque ainda não encontraram a cura.
E numa escala também importante estão os farmacêuticos que atuam na produção e na distribuição de medicamentos e produtos para a saúde, itens indispensáveis no enfrentamento de situações como a que estamos passando, embora até o momento não tenhamos medicamento que tenha comprovação no combate ao novo coronavírus.
E desde a publicação da Lei nº 13021/2014, que traz o conceito da farmácia como estabelecimento de saúde e define os serviços farmacêuticos, é o enfrentamento ao Sars-CoV-2 que materializa e destaca o papel das farmácias e das farmacêuticas e dos farmacêuticos, integrando os estabelecimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e a garantia do direito à assistência farmacêutica, conforme preconizado na Lei nº 8080/90.
Diante do exposto, a Fenafar solicita a inclusão dos farmacêuticos, tanto os que atuam no setor público como no setor privado, nos planos estaduais e municipais de vacinação, respeitando as prioridades, mas compondo, de fato, os grupos prioritários.
Contando com seu compromisso, finalizamos agradecendo sua atenção e reafirmando o compromisso da Fenafar em Cuidar de Quem Cuida! no resgate pelos valores humanitários, para fortalecer a luta pelo direito à vida, a saúde, ao trabalho, à organização sindical e a democracia.
Da redação da Fenafar
Publicado em 28/01/2021