O projeto Integra chega a Florianópolis-SC para o seu 6º encontro regional com os ânimos renovados. A atividade realizada no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina nos dias 14 e 15 de julho reúne 72 participantes, integrando profissionais da saúde, gestores, movimentos sociais, associações, conselheiros de saúde municipais e estaduais, que são os efetivos participantes do processo de formulação e integração das políticas públicas de saúde com um olhar regional e nacional.
Promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), pela Escola Nacional dos Farmacêuticos (ENFar) em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), o projeto integra tem como objetivo a promoção de estratégias para a integração de três políticas públicas no âmbito da gestão participativa e dos movimentos sociais: a Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e a Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde.
Durante a apresentação inicial do projeto, a coordenadora geral da ENFar, Silvana Nair Leite destacou que as três políticas são o foco das atividades do integra, mas a partir de uma nova concepção.
“Essas, políticas de saúde precisam sair das suas caixinhas e passar a atuar de forma articulada, procurando especialmente a integração entre ciência e tecnologia, assistência farmacêutica e vigilância como políticas muito próximas que devem ser trabalhadas de forma colaborativa”, disse.
Jorge Bermudez foi destacado para fazer a apresentação do projeto integra aos participantes da etapa de Florianópolis. Ele apresentou uma série de elementos que são a base das três políticas norteadoras do integra, ou seja, a Política de Assistência Farmacêutica, a Política de Vigilância em Saúde e a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, traçando um parâmetro dessas políticas com o cotidiano da população.
“É um projeto que não nasceu do nada. É uma junção de todos nós que estamos trabalhando nele, pensando num Brasil melhor e num legado para as futuras gerações. Dessa ideia surgiram os encontros regionais a exemplo desta atividade que estamos desenvolvendo hoje aqui em Florianópolis”, destacou.
A metodologia dos encontros regionais do projeto integra foi apresentada pela coordenadora de projetos da ENFar, Fernanda Manzini.
“Privilegiamos momentos de participação ativa e de construção coletiva. Nós procuramos inovar as metodologias, onde os sujeitos são responsáveis pelo resultado, afinal cada um de nós é uma liderança e ator da mudança. Nossa ideia é que todos saiam daqui com o compromisso de pensar ações e propostas que possam ser operacionalizadas já. Queremos ver a mudança acontecendo”, apontou.
A proposta prevê que os participantes sejam divididos em grupo conduzidos por facilitadores capacitados e um relator para analisar um caso disparador. Trata-se de um tema que leva em consideração a realidade local das comunidades. Os temas não são limitadores, servem como gatilho para a análise do coletivo.
Posteriormente cada grupo analisa e identifica problemas e manifesta soluções, sempre relacionados às três políticas anteriormente apresentadas. E respondem questões como: onde queremos chega, qual é o X da questão, sempre propondo ações aos problemas identificados.
O debate de cada grupos será apresentado para a discussão do coletivo. O resultado consolidado pela plenária será apresentados ao 9° Simpósio Nacional de Ciência e Tecnologia e Assistência Farmacêutica, que será realizado nos dias 15 e 16 de setembro, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro e à 17ª Conferência Nacional de Saúde em julho de 2023.
Abertura com as autoridades
A mesa de abertura contou com a presença de representantes das instituições organizadoras do projeto integra, de autoridades e convidados. Pela Fiocruz, participou o professor Jorge Bermudez e, representando a mesa diretora do CNS, Maria da Conceição Silva. O professor Filipe Carvalho Matheus, representou a instituição anfitriã, o Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFSC.
A mesa foi composta também, pelo presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos e pelo presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina (SIndfar-SC), Luiz Henrique Costa. Fábio Antônio de Souza representou o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de SC (Cosems/SC) e a farmacêutica Andreia Borges a Divisão de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde. Completou a mesa de autoridades a vereadora de Criciúma, Giovana Mondardo.
Durante sua fala, Maria da Conceição Silva do CNS falou sobre a importância do fortalecimento do SUS, dos profissionais de saúde, e da necessidade da organização e preparação de novos participantes ativos na sociedade.
“O SUS precisa da gente, o Brasil precisa do SUS e nós precisamos de todos os conhecimentos para produzir saúde, produzir vida e sobretudo democracia, destacou.
Jorge Bermudez, contou aos presentes como foram os primeiros passos da parceria entre as instituições organizadoras e que deram origem ao Projeto Integra e todos os conteúdos já disponibilizados.
“São essas instituições que estão proporcionando esses encontros, como esse aqui em Florianópolis, para discutir claramente com todos vocês sobre o que pode ser feito para integrar essas três politicas fundamentais na área da saúde e levar essas contribuições par a 17ª Conferência Nacional de Saúde”, disse.
Filipe Carvalho Matheus, representando o Departamento de Ciências Farmacêuticas saudou os participantes e desejou sucesso ao evento.
“Estamos felizes em receber todos aqui para participar desse projeto tão importante para essas áreas tão caras para o nosso Sistema Único de Saúde que são, a vigilância em saúde, a assistência farmacêutica e a ciência e tecnologia em saúde, sejam todos bem-vindos”.
Ronald Ferreira dos Santos, representando a Fenafar, destacou o simbolismo da realização da etapa catarinense do projeto integra nas dependências da UFSC e falou também sobre a importância da ciência para a sociedade.
“Este espaço aqui na UFSC é muito simbólico e materializa o que foi e o que é a construção e a formulação que os farmacêuticos brasileiros, a sociedade brasileira, a ciência e o conjunto dos atores conseguiram produzir de fundamental para a sociedade. Para intervir na realidade concreta precisamos da ciência e da informação, precisamos utilizar o que a humanidade produziu para dar força material às ideias e pensamentos”.
A vereadora de Criciúma, Giovana Mondardo lembrou que já fez parte da comissão de orçamento do SUS no CNS representando a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) e destacou a importância da construção de um complexo industrial de saúde.
“Muito antes da pandemia a gente já falava da importância de se ter um complexo industrial de saúde, por que ele não vem só para dar sustentabilidade a nossa subsistência com relação aos insumos de saúde, ele vem para gerar emprego e nos aproximar da tecnologia em saúde. Nesse quesito, o integra tem um papel fundamental”, apontou.
Durante a sua fala, Luiz Henrique Costa, presidente do Sindfar-SC, falou aos participantes sobre a importância do projeto integra nesse momento.
“Eu acho que esse projeto, leva a nossa luta adiante, em um nível mais avançado e numa situação mais difícil, incorporar a visão da vigilância em saúde, da ciência e tecnologia, e da assistência farmacêutica que é uma necessidade. Mas a gente acredita e tem esperança de superar a dificuldade atual. Acredito que a ciência vai voltar a ter o valor que ela tem que ter.”
Falando em nome do Cosems-SC, Fábio Antônio de Souza destacou a importância da integralidade do acesso ao Sistema Único de Saúde.
“É muito importante garantir à população o atendimento desde a atenção primária até a assistência hospitalar com um cuidado integral. Precisamos envolver os entes da sociedade para o planejamento em saúde, seja para assistência farmacêutica ou vigilância em saúde, esse projeto é extremamente positivo”.
Andreia Borges falou pela Divisão de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde e destacou a importância da integração e da atuação conjunta de todos para gerar frutos para a população.
“A construção não se faz com uma pessoa só, se faz com a integração de todos, gestores, academia, pacientes e profissionais. A integração, como diz o nome do projeto é muito salutar e esse trabalho renderá furtos importantes que serão revertidos em qualidade para a sociedade”, Destacou.
Josemar Sehnem Redação ENFar