Percepção sobre importância dos sindicatos cresce no Brasil
Pesquisa Datafolha, publicada na Folha de S. Paulo, mostra que a percepção da população sobre os Sindicatos melhorou em relação ao ano de 2017, quando foi aprovada a reforma trabalhista durante o governo Temer.
Naquele ano, 58% consideravam que as entidades serviam mais para fazer política do que para defender os trabalhadores. Hoje são 50%. Já a visão de que os sindicatos são importantes para defender os interesses dos trabalhadores subiu de 38% para 47%.
Para o presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, a pesquisa demonstra que a deterioração do poder de compra dos salários, a carestia e a revelação da mentira de que a reforma trabalhista traria mais emprego e renda é uma lição amarga ao conjunto da classe trabalhadora.
“O trabalhador assiste a sua qualidade de vida sendo rebaixada a níveis insuportáveis, o que os leva a questionar a promessa não entregue de paraíso ofertada pelos porta-vozes do individualismo e da competição e a vislumbrar como saída as ações coletivas e as construções solidárias representadas pelo movimento Sindical”, concluiu.
A pesquisa Datafolha aponta também que a identificação da população com a esquerda cresceu e chega a 49% contra 34% que se julgam de direita. No levantamento anterior, em 2017, havia divisão mais igualitária entre direita (40%) e esquerda (41%).
Em uma escala definida pelo instituto que varia entre esquerda (17% da população), centro-esquerda (32%), centro (17%), centro-direita (24%) e direita (9%). Os valores foram arredondados. Segundo o instituto, a mudança rumo à esquerda já tinha sido observada em 2017, mas de forma menos acentuada.
Foram seis perguntas que compõem a escala de pensamento econômico. Destas, apenas duas apresentaram elevação do percentual de respostas à direita. Uma delas é a de que as empresas privadas devem ser maiores responsáveis por investir no País e fazer a economia andar.
Outras questões registraram respostas à esquerda, como a obrigação do governo de ajudar grandes empresas nacionais em risco de falência (71%) e de que é preferível pagar mais impostos e receber mais serviços gratuitos de saúde e educação (48%).
A pesquisa Datafolha está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-05166/2022 e possui margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Da redação da Fenafar com Folha Sindical e Folha de S. Paulo